A interpretação dá margem à imaginação!
Nós, seres humanos, recebemos constantemente estímulos através dos nossos sentidos e o estímulo que necessita ser compreendido é interpretado por nós de acordo com o nosso arquivo mental e capacidade intelectual.
A linguagem é a nossa ferramenta mais preciosa de comunicação. Existem a verbal, com palavras escritas ou faladas e a não verbal, que são sinais, gestos, posturas e tudo que seja transmitido sem o auxílio direto das palavras.
Os espíritos convivem conosco a toda hora e estão sempre nos enviando informações. A informação espiritual é previamente adequada à capacidade de entendimento de quem se destina. Pode ser verbal, utilizando a mediunidade de psicofonia, audiência e psicografia, e não verbal utilizando-se a mediunidade mais abrangente que é a intuitiva. A língua pode ser culta ou formal e pode ser coloquial ou informal.
Logo, se os espíritos querem transmitir uma mensagem a um simples homem do campo, jamais se utilizarão da língua culta e sim da coloquial informal com um mínimo de variantes para o seu fácil entendimento.
E quando os espíritos transmitem uma mensagem para várias pessoas, com variados graus intelectivos? É o que justamente vemos nos terreiros de Umbanda, pessoas de diversas classes sociais e nível de instrução, porque a Umbanda veio para todos, sem distinção.
Com certeza eles têm o cuidado de adequação das palavras que sirvam para todos.
E por que nós, médiuns umbandistas, também não temos esse cuidado ao transmitir o que interpretamos deste intercâmbio com os espíritos?
O fato é que existem interpretações várias, pois variadas são as pessoas. Será que existe apenas uma verdadeira? Ou serão todas verdadeiras e apenas diferentes? Como chegar a um consenso de ideias na Umbanda? Enquanto não houver o respeito pelo limite do outro, nunca haverá consenso. Lembro sempre da colocação do espírito André Luiz: "Cada um está na religião que é capaz de entender!", levando esta frase para o nosso tema: Cada um interpreta a mensagem espiritual da forma que é capaz de entender, não é errada, pode ser diferente da do outro, mas é o que ele naquele momento entende.
Lembremos da simplicidade em todas as coisas que a Umbanda nos ensina. A título de exemplo, existe algo mais fatigante do que estudar as sete linhas dentro da literatura umbandista? Cada um transmite a salada de ideias que entende e assim, mais desinformadas ficam as pessoas que querem aprender. Será que os espíritos concordam com as ideias que confundem mais do que esclarecem? Sinceramente, acho que não.
Observamos com frequência a tentativa de explicação de tudo o que acontece no universo da umbanda. Recentemente tive a oportunidade de conhecer a interpretação de um irmão de fé de alguns pontos cantados e eu não consegui interpretar da mesma forma... Logo me veio o pensamento e a intuição para escrever este texto: A interpretação dá margem à imaginação!!!
Humildade e simplicidade sempre na nossa Umbanda! Por favor!
Ednay Melo
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