Texto proferido por Pai Ronaldo Linares em 1969 no programa “Umbanda em Marcha” na extinta Rádio Cacique de São Caetano do Sul, este texto também faz parte da apostila do, 25 Barco de Babalawô, “Curso de Sacerdócio”, da Federação Umbandista do Grande ABC. Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2006.
Dizem que os fatos na história estão sempre se repetindo. Também na Umbanda observamos fatos, como a história do “Pai X”, que segundo contam, em sua juventude era dotado de privilegiada inspiração cósmica. Apesar de pouca instrução, possuía grande imaginação; falava como filósofo, podendo até prever acontecimentos futuros. Tinha grande respeito às religiões e bastante inclinação para estudos místicos e religiosos.
Filiou-se, posteriormente, a algumas escolas e freqüentou várias religiões. Cursou algumas escolas de origem oriental, onde adquiriu algumas noções de misticismo. Ingressou no espiritismo e, por algum tempo, estudou com entusiasmo as instruções kardecistas. Mais tarde, ingressou na Umbanda, onde dizia ter se encontrado, pela ritualística, pela magia e encantamento. Revelou-se bom médium, realizando inclusive, curas com sucesso.
Mais tarde, com a graduação de Babalorixá, ou Sacerdote de Umbanda, abriu um Templo e teve seus próprios discípulos. Ensinou de início algo que admitia, não era dele. Tornou-se conhecido e, passou a gostar da notoriedade e popularidade. Posteriormente passou a declarar que os ensinamentos eram seus, assim como todas as coisas que estava fazendo e dizendo. Pensava com exclusivismo, considerava-se autônomo e único orientador espiritual capacitado, esquecendo-se das Leis, que exprimem o pensamento de Deus, dos Orixás.
Violou a Lei do Amor Fraterno, invertendo a direção da verdadeira Lei da Espiritualidade na ilusão de crescer e subir. Muitos manuscritos de natureza altamente espiritual afirmam que não há pecado maior na matéria, do que a vaidade, filha dileta do egoísmo.
Com esta atitude, Pai X foi decaindo, também na saúde um exemplo típico que foi rejeitado pelo cósmico, em virtude da violação das Leis do Universo. Na ilusão de crescer e subir, ficou aprisionado em seu próprio desespero. Tornou-se uma vítima de suas obsessões e desencarnou após anos de terrível sofrimento íntimo.
A vaidade, a tentação de procurar poder e a ânsia pela popularidade em ver-se chamado de mestre supremo, o levou à queda espiritual, material e física.
POIS QUEM SE FAZ DEUS, POR DEUS SERÁ PUNIDO.
Será que o que aconteceu com o Pai X vem acontecendo em nossos dias?
É necessário que se encare a doutrina como algo muito sério, principalmente o médium deve conscientizar de que é apenas um instrumento para servir as Leis do Universo e espirituais.
Do livro: Iniciação à Umbanda/Ronaldo Antônio Linares
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