O Ponto Cantado - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

O Ponto Cantado

Publicado em 27/02/2013

O Ponto Cantado




Ponto Cantado, este assunto não é tão polêmico quanto ao ponto riscado, mas tem as suas partes para discussões, principalmente por parte do pessoal da Curimba e dos Ogãs.

O que seria o Ponto Cantado? “Ah, esta foi fácil. São musiquinhas que cantamos nos terreiros para dar uma animada na gira”. Pois é, meus irmãos, eu já ouvi isso exatamente desta forma.

O ponto cantado é uma representação cantada da força do Guia, do Orixá e de um trabalho. Com o ponto cantado seguramos a irradiação e sustentamos todo um trabalho. Sei que muitas casas não adotam o Toque e o Canto, mas observo que a união perfeita entre o Atabaque e o Canto tem um poder de realização, que chega a desfazer muitos trabalhos apenas com a irradiação da vibração destes dois elementos.

O ponto cantado além de, na maioria das vezes, falar em forma de música da força do Guia ou do Orixá, ele também dá sustentação para o trabalho e para a vibração positiva da Gira.

Muitos de nós já vimos, fomos a trabalhos onde o pessoal da Curimba e os Ogãs estão tocando e cantando e, no trabalho tem-se a impressão de que foi feito um velório e não uma gira de Umbanda repleta de força, alegria e realização.

O Ponto Cantado tem a mesma importância de um Ponto Riscado, a diferença é que a vibração é constante enquanto estamos entoando os cantos Umbandistas e ele se propaga no astral de uma forma tão densa e tão intensa que realiza trabalhos para quebrar demandas muito fortes.

Quando estamos cantando para os Guias ou Orixás, estamos chamando suas forças para perto de nós, para dentro de nós, onde nos alimentaremos de sua energia astral e renovaremos assim a nossa. Quando batemos palmas nos terreiros não estamos apenas apresentando a alegria por estar no trabalho, mas estamos fazendo com que a energia circule por nosso corpo, pois encostamos a energia positiva (palma da mão direita) com a energia “negativa” (palma da mão esquerda) e no “choque”, no contato dos pólos, esta energia explode em nosso campo energético fazendo com que se renove.

Eu já ouvi muitas pessoas ficarem bravas quando escutam as músicas que são tocadas em rádios sendo tocadas e cantadas em nossos terreiros, então eu pergunto: Qual é a diferença? Qual é o problema em cantar músicas que estão sendo cantadas em rádio dentro das giras (claro que as músicas têm tudo haver com o cenário que está acontecendo)? Além do cântico chamador da força, ainda completamos com as palmas para uma explosão perfeita de energia para realização do nosso trabalho.

Vamos questionar mais um pouco: Como surgiram os pontos cantados dentro da Umbanda? Os pontos cantados surgiram de intuições ou das próprias entidades que recebemos na Umbanda, então uma entidade baixa no terreiro e pede um ponto onde o Ogã e a Curimba não sabem, então a própria entidade pode neste momento cantar o ponto para o responsável pela Curimba, pois o Guia necessitará da evocação daquela força, então quando cantamos algum ponto de Umbanda estamos fazendo a evocação, a chamada daquela força para dentro de nós ou para juntos de nós.

Quando cantamos a nossa mente liga com a Entidade ou com a Divindade e, começamos a chamar aquela determinada força para um determinado trabalho que será ou está sendo realizado no terreiro. É muito importante neste momento não ter interrupções nos pontos e do toque para que não enfraqueça o seu trabalho.

Em resumo, o ponto cantado dos terreiros nada mais é do que uma vibração astral positiva para descarga, renovação, chamada de força, recarga de energia, quebrar demandas, sustentação de trabalhos e realização acionando assim a ligação com o plano astral e as divindades. Quando cantamos, por exemplos, pra Mamãe Oxum o seu famoso ponto: “Eu vi mamãe Oxum na cachoeira, sentada na beira de um Rio...”, só por cantar este ponto já conseguimos visualizar a imagem de uma cachoeira onde encontramos a Paz, harmonia, e assim auxiliando na chamada de nossa mãe Oxum para dentro de nossa vibração e irradiando para todos os presentes.

Danilo Guedes




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