fevereiro 2013 - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

27/02/2013

O Ponto Riscado

Homem dentro de ponto riscado

Este é um assunto que sempre gera polêmica e na maioria das vezes uma grande confusão, tanto por parte dos médiuns e até mesmo por parte de alguns dirigentes.

Quando questionamos sobre pontos riscados ou somos questionados: O que é um ponto riscado? Encontramos algumas respostas como, por exemplo, é um agrupamento de símbolos dentro de um círculo, ou então, é a representação da força do Guia, em outros casos ouvimos que é o local ou um portal de descarga entre o médium e o Guia.

Mas qual resposta é a correta? Eu acredito que todas, e ainda gostaria de complementar mais uma, onde o ponto riscado seria uma Assinatura, uma Senha, um “Pacto”, um Vínculo entre o médium e o Guia que te escolheu para trabalhar.

Então, com base em todas estas definições, podemos identificar a importância do Ponto Riscado dentro dos trabalhos. 

Mas é só isso que o ponto riscado representa? Não, porque o Ponto Riscado é o simbolismo da representação da força do Guia e a identificação de qual ou quais Orixá(s) ele “serve”, não deixando de ser, também, o vínculo entre o médium e o Guia, ou seja, qual é a “missão” do Guia com aquele médium enquanto estiverem trabalhando juntos.

Eu observo muitas pessoas trabalhando com seus Guias e antes de iniciar os atendimentos, alguns “médiuns/guias” assinam seus pontos no chão, ou então em algumas casas os pontos riscados ficam amostra e, particularmente, não concordo. 

Para tentar entender melhor vamos fazer uma analogia sobre o Ponto Riscado que fica aparente nos trabalhos, nas casas e/ou em roupas. Pense que você tem uma conta no banco com bilhões, com muito Axé, você ficaria mostrando a assinatura que faz no seu talão de cheque? Ou então publicaria a sua senha do banco para todos (informando além da senha também o banco, agência e conta)? Então, transferindo para o Ponto Riscado, ele seria como a “assinatura do cheque” ou a “senha do banco”, o acordo firmado, que foi feito entre você e o Guia que te escolheu para trabalhar e cumprir uma missão, e ainda neste caso vamos complementar dizendo que o Guia seria o seu “banco”. 

Por isso, que disse que não sou adepto de mostrar o ponto riscado ou o acordo que temos entre o Guia que trabalhará comigo e eu. Já pensou o que pode acontecer se uma pessoa mal intencionada detém estas informações? O que ela pode fazer na estrutura do “seu banco e na sua estrutura”? 

Mas ainda dentro deste assunto podemos identificar o ponto riscado “para o/um trabalho”, onde o Guia riscará um ponto, que não é o do “acordo que fizeram”, mas sim um ponto específico. Neste caso eu concordo, pois será algo pontual onde acontecerá naquele momento, ou seja, para aquele trabalho e pronto. Mas poucos são os Guias/Médiuns que tem esta consciência e prática.

Dentro deste cenário ainda encontramos os casos de médiuns que compram livros e ficam decorando os pontos riscados, de acordo com o nome do Guia, para depois riscar o ponto no dia que for para o terreiro. 

E para este assunto e que entendam melhor, vou continuar com a polêmica e entrar também na estrutura do ponto riscado, ou seja, os diferentes modelos de Pontos Riscados.
 
Já presenciei, após o Guia e o Médium pactuarem com a representação do Ponto Riscado, o dirigente olhar para o ponto e dizer este ponto não é do “Fulano de tal”, você está mistificando! Então pergunto, será?

Vamos lá, nós vimos que o Ponto Riscado é um acordo entre o médium e o Guia, concordo que a estrutura básica do ponto de uma linha de Guia é o mesmo, ou melhor, é bem semelhante, mas os “elementos ou símbolos” adicionais que são apresentados nos pontos podem ser devido a missão do Guia com o médium ou possíveis coroações que o Guia tenha ganhado. O Guia pode ganhar símbolos e consagrações em sua estrutura energética e sendo assim ele apresentará quando riscar o ponto. 

Exemplificando melhor, vamos supor que o médium em parceria com o Guia (Senhor Tranca-Ruas) faz o seu ponto riscado, e o responsável pelo terreiro encontra alguns símbolos diferentes do que ele já viu como, por exemplo, um coração riscado no ponto. O que acontece? Geralmente o responsável pelo terreiro vai dizer que não é o Guia ou que está acontecendo uma mistificação da força de Tranca-Ruas naquele médium ou o médium está mistificando. Só que toda a estrutura de Tranca-Ruas está riscada onde é realmente a representação da sua força, mas a missão do Senhor Tranca-Ruas com este médium é justamente trabalhar os sentimentos das pessoas em consulta ou até mesmo os sentimentos do próprio médium. Agora volto a questionar, quem está errado: o Senhor Tranca-Ruas que está mostrando a sua missão ou a má interpretação do responsável pelo terreiro? 

Conselho:

O ponto riscado é uma ferramenta dentro da Umbanda de extrema importância, tanto para você médium como para o seu parceiro(a)/amigo(a)/companheiro(a): “o Guia”. Então, não copie pontos de outros Guias que tenha visto, mesmo que os Guias tenham o mesmo “nome”, não fique comprando livros ou mesmo pesquisando em Internet pra analisar ou decorar os ”modelos”, deixe que o Guia, que te acompanha, e que te escolheu, faça o ponto para vocês de acordo com a missão que terão juntos. 

Tenha cuidado com intuições de pontos que possam surgir na mente, pois pode ser que algum outro tipo de entidade de atuação negativa, que deseja lhe confundir ou lhe prejudicar, e quando riscar o seu ponto poderá abrir um portal para energias negativas, entrando diretamente em sua estrutura mediúnica, podendo prejudicar você e o trabalho que está conduzindo. Tenha consciência da seriedade do ponto riscado e de quanto ele deve ser preservado e zelado.

Danilo Guedes



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O Ponto Cantado

O Ponto Cantado




Ponto Cantado, este assunto não é tão polêmico quanto ao ponto riscado, mas tem as suas partes para discussões, principalmente por parte do pessoal da Curimba e dos Ogãs.

O que seria o Ponto Cantado? “Ah, esta foi fácil. São musiquinhas que cantamos nos terreiros para dar uma animada na gira”. Pois é, meus irmãos, eu já ouvi isso exatamente desta forma.

O ponto cantado é uma representação cantada da força do Guia, do Orixá e de um trabalho. Com o ponto cantado seguramos a irradiação e sustentamos todo um trabalho. Sei que muitas casas não adotam o Toque e o Canto, mas observo que a união perfeita entre o Atabaque e o Canto tem um poder de realização, que chega a desfazer muitos trabalhos apenas com a irradiação da vibração destes dois elementos.

O ponto cantado além de, na maioria das vezes, falar em forma de música da força do Guia ou do Orixá, ele também dá sustentação para o trabalho e para a vibração positiva da Gira.

Muitos de nós já vimos, fomos a trabalhos onde o pessoal da Curimba e os Ogãs estão tocando e cantando e, no trabalho tem-se a impressão de que foi feito um velório e não uma gira de Umbanda repleta de força, alegria e realização.

O Ponto Cantado tem a mesma importância de um Ponto Riscado, a diferença é que a vibração é constante enquanto estamos entoando os cantos Umbandistas e ele se propaga no astral de uma forma tão densa e tão intensa que realiza trabalhos para quebrar demandas muito fortes.

Quando estamos cantando para os Guias ou Orixás, estamos chamando suas forças para perto de nós, para dentro de nós, onde nos alimentaremos de sua energia astral e renovaremos assim a nossa. Quando batemos palmas nos terreiros não estamos apenas apresentando a alegria por estar no trabalho, mas estamos fazendo com que a energia circule por nosso corpo, pois encostamos a energia positiva (palma da mão direita) com a energia “negativa” (palma da mão esquerda) e no “choque”, no contato dos pólos, esta energia explode em nosso campo energético fazendo com que se renove.

Eu já ouvi muitas pessoas ficarem bravas quando escutam as músicas que são tocadas em rádios sendo tocadas e cantadas em nossos terreiros, então eu pergunto: Qual é a diferença? Qual é o problema em cantar músicas que estão sendo cantadas em rádio dentro das giras (claro que as músicas têm tudo haver com o cenário que está acontecendo)? Além do cântico chamador da força, ainda completamos com as palmas para uma explosão perfeita de energia para realização do nosso trabalho.

Vamos questionar mais um pouco: Como surgiram os pontos cantados dentro da Umbanda? Os pontos cantados surgiram de intuições ou das próprias entidades que recebemos na Umbanda, então uma entidade baixa no terreiro e pede um ponto onde o Ogã e a Curimba não sabem, então a própria entidade pode neste momento cantar o ponto para o responsável pela Curimba, pois o Guia necessitará da evocação daquela força, então quando cantamos algum ponto de Umbanda estamos fazendo a evocação, a chamada daquela força para dentro de nós ou para juntos de nós.

Quando cantamos a nossa mente liga com a Entidade ou com a Divindade e, começamos a chamar aquela determinada força para um determinado trabalho que será ou está sendo realizado no terreiro. É muito importante neste momento não ter interrupções nos pontos e do toque para que não enfraqueça o seu trabalho.

Em resumo, o ponto cantado dos terreiros nada mais é do que uma vibração astral positiva para descarga, renovação, chamada de força, recarga de energia, quebrar demandas, sustentação de trabalhos e realização acionando assim a ligação com o plano astral e as divindades. Quando cantamos, por exemplos, pra Mamãe Oxum o seu famoso ponto: “Eu vi mamãe Oxum na cachoeira, sentada na beira de um Rio...”, só por cantar este ponto já conseguimos visualizar a imagem de uma cachoeira onde encontramos a Paz, harmonia, e assim auxiliando na chamada de nossa mãe Oxum para dentro de nossa vibração e irradiando para todos os presentes.

Danilo Guedes




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21/02/2013

Dicas para a Evolução Espiritual

Dicas para a Evolução Espiritual


Não existe religião superior à verdade. A busca espiritual precisa ser aperfeiçoada sempre. A ignorância é o mal da humanidade. As verdades são relativas; 

Nossa consciência é imortal, seu corpo físico até pode vir a óbito, mas sua consciência é energia e energia nunca se perde;

Essa busca é acessível a qualquer pessoa. Não requer grau iniciático ou que você seja membro de qualquer grupo específico, adepto de uma ou outra filosofia, fraternidade, tampouco que seja integrante de uma sociedade secreta. É um caminho para qualquer um que queira se abrir para o movimento evolutivo e incessante do universo;

No universo tudo é cíclico, entenda isso e você será mais feliz. Existe tempo para tudo, o momento certo de cada coisa. Mas tudo vai e vem, nasce e morre, levanta e cai, clareia e escurece, esquenta e esfria. Conviver bem com esses movimentos naturais torna a pessoa mais sábia e feliz;

Para toda ação tem uma reação, por isso você não é vítima de nada; Tudo que você está colhendo em sua vida hoje é resultado do que plantou no passado. "A cada um será dado conforme suas obras";

O pensamento é quem cria ou transforma a sua realidade. Os pensamentos são os geradores dos estados de espírito, se você souber moldá-lo positivamente, também vai moldar um futuro positivo;

Você co-cria o futuro o tempo todo; A sua forma de reagir à vida e aos seus acontecimentos podem alterá-lo a todo instante;

Não existem gurus. Você é o maior mestre da sua existência e responsável por sua evolução. As pessoas mais sábias que existem ao nosso redor podem nos ajudar a compreender melhor os nossos papéis, no entanto, jamais executá-los por nós.

Desenvolver a espiritualidade é assumir e cumprir compromissos com a nossa própria essência. Se você não encontrar tempo para sua evolução, inegavelmente vai se tornar solo fértil para desequilíbrios de qualquer ordem por simples negligência;

Somos Deus em essência, feitos à Sua imagem e semelhança. Quer dizer que temos a capacidade de vibrar, gerar e emanar as mesmas bênçãos que Ele possui, seja quem Ele for;

Não precisamos de religião para nos espiritualizarmos. A consciência do coração é o nosso maior guia. Na verdade, o que mais importa é viver de acordo com princípios divinos de amor, amor e amor;

O respeito ao nível evolutivo de cada um é tão importante quanto à busca constante. As religiões mais antigas e de certa forma obsoletas ainda podem ser muito úteis às pessoas que não estão prontas para experimentar a busca da espiritualidade universalista, amar o próximo como a ti mesmo, significa também esse respeito;

A busca pelo desenvolvimento da espiritualidade nunca termina. Pelo amor ou pela dor, um dia, em algum momento, você vai se render à necessidade de buscá-la. Comece o quanto antes, isso facilita as coisas e torna a vida mais prazerosa;

As verdades do universo sempre vão se manifestar em nossa existência, podemos até tentar atrasar esse acontecimento, mergulhando nas ilusões, jamais poderemos evitá-las. Algumas verdades são relativas, mas as verdades de Deus são absolutas;

Orai e vigiai é um dos instrumentos mais importantes nessa busca. Manifesta a necessidade que temos de cuidar com atenção de todas as coisas que produzimos em nossos pensamentos, tendo a consciência de qual tipo de energia estamos gerando para o universo e para nós mesmos, que por consequência poderá aproximar acontecimentos na mesma frequência. Somos eternos responsáveis. "Não faça para o seu próximo aquilo que não quer que lhe façam";

As respostas aos nossos anseios estão dentro de nós mesmos. Precisamos aprender a buscar no nosso interior, evitando a busca desenfreada e iludida por soluções e respostas no mundo externo;

O livre-arbítrio é uma ferramenta que deve ser utilizada com sabedoria; A liberdade existe, a reação também, pense sempre que todos os atos geram consequências. Atos positivos, consequências também positivas. O Inverso obedece à mesma lei;

Você tem uma missão a ser realizada nessa existência e precisa se alinhar a ela. Não dá para achar que o nosso único propósito aqui na Terra é apenas trabalhar, sobreviver e pagar as contas. Temos que evoluir e isso significa muito mais do que defender apenas os interesses do mundo material;

A solução dos seus problemas não está em outra pessoa. As pessoas ao seu redor podem ser gatilhos de sua evolução, bem como podem ser amparadores nessa jornada, jamais salvadores, tampouco culpados por nada;

Milagre é a sua capacidade de transformar problemas e oportunidades de evolução em crescimento espiritual;

Definitivamente entenda que para nosso Planeta sair desse caos, ele precisa de muito esforço de nossa parte;

A gratidão e a meditação são exercícios diários para manter qualquer pessoa em contato direto com os planos superiores e os melhores níveis de vibração. Se você não aprender a ser grato pelo que tem, jamais vai conseguir conquistar sucesso, paz e saúde;

Aprenda a se alimentar das coisas simples da vida, compreenda a essência da sua existência e livre-se da miopia consciencial e do egoísmo. O apego e o materialismo excessivo escravizam pois tornam as pessoas dependentes umas das outras e de coisas materiais;

Não há problema algum em ganhar dinheiro, quando de forma idônea e ética. É melhor você ter bastante dinheiro, ser feliz, inclusive utilizá-lo com sabedoria para ajudar mais pessoas a evoluírem, do que rejeitar isso tudo por medo. O dinheiro é uma energia muito importante da terceira dimensão, que pode contribuir nessa busca evolutiva. Votos de pobreza, na maioria dos casos, no que tange a realidade atual, só piora as coisas. Seja sensato, não se auto penalize! Dinheiro não é sujo e ser rico não é pecado, desde que você torne a riqueza também um estado de espírito;

Seu corpo físico não é tudo! Somos constituídos de uma essência transcendental a essa casca densa. Não deixe de cuidar com carinho e atenção do seu corpo, mas ele é apenas um dos pés de uma cadeira. Não se iluda com as aparências;

Nossa meta maior aqui na Terra é a evolução constante, que implica em purificação das características de inferioridades da nossa personalidade e na harmonização dos conflitos com outras pessoas;

O fato de você não querer evoluir ou não querer se espiritualizar não interrompe o movimento evolutivo do universo. Precisamos ficar atentos, porque muitas vezes nossas decisões e formas de agir são contrárias a esse movimento. Quando isso acontece é comum o caos se instalar na vida da pessoa;

Não confunda consciência espiritual com nível cultural, condições financeiras ou hierarquia social. Quantos não sabem nem ler, mas são "doutores" na arte de compreender Deus. É preciso engolir a arrogância. Sejamos humildes, é mais sensato e saudável, pois combina mais com nossa ignorância natural à qual precisamos vencer.


Bruno Gimenes




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11/02/2013

Eu Sou Umbandista

Eu Sou Umbandista

Eu sou Umbandista...Mas o que é isso? O que é ser Umbandista?

É não ter vergonha de dizer: "Eu sou Umbandista".

É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista.

É se dar, acima de tudo a um trabalho espiritual.

É saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros e casas de Umbanda, representam a Religião de Umbanda.

É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser amado, é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si.

É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e quem os recebe os mereceu.

É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.

É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo: irmandade.

É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.

É saber que nem sempre estamos preparados. Que são necessários sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio.

É entrar em um terreiro sem ter hora para sair ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido.

É mesmo sem fumar e beber dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões.

É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para que eu possa viver meu dia-a-dia numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.

É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação.

É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígena, louco.

E ainda assim, amar minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.

É ser ofendido físico, espiritual e moralmente, mas mesmo assim continuar amando minha Umbanda.

É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos Encostos e mesmo assim levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade.

É ser Umbandista e pedindo sempre a Zamby para que eu nunca esteja Umbandista.

É acreditar mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado, momento a momento nos dando força e coragem; ser Umbandista é acima de tudo acreditar nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.

É dizer sim, onde os outros dizem não!

É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão fazendo.

É vestir o branco sem vaidade.

É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou e não ter orgulho.

É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade onde muitos possam ver ostentação.

É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca.

É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros.

É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.

É estar sempre pronto para servir a espiritualidade, seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na macaia, seja nos caminhos. Seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja necessário.

É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.

É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras, sentindo seu corpo moído e ao mesmo tempo sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho.

É sentir a força do zoar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual.

É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.

É ver um consulente entrar no terreiro chorando e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo.

É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.

É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifício, não sejam Umbanda.

É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.

É saber o que significa a Umbanda não para você, mas para todos.

É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar.

É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrima… e bom, mal e bem...Os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problemas de quem a procura.

É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram.

É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você.

É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada Umbanda.

Etiene Sales



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08/02/2013

Médium Espírita x Médium Umbandista


Médium Espírita x Médium Umbandista

Médiuns de Umbanda nascem com os chackras totalmente abertos e girando em frequências de bastante aceleração. Isto porque já fica designado desde o planejamento da encarnação do espírito o tipo de atuação mediúnica que irá desenvolver. Esta modalidade de atuação mediúnica é determinada pelo Conselho dos Senhores do Carma. Geralmente, mas nem sempre, os médiuns umbandistas tiveram uma atuação muito intensa com magia negra no passado, já inclusive durante os tempos de Atlântida, por isso hoje possuem muito conhecimento para trabalhar com energias densas e desmanchar trabalhos feitos para o mal. A rotação acelerada dos chackras é necessária para que dispersem com mais rapidez a extrema carga que um médium de Umbanda deve transmutar durante sua encarnação como médium. Desde o seu nascimento as entidades que serão seus guias já se polarizaram nesses chakras, cada qual com atuação mais ou menos intensa, conforme a entidade. Os espíritos que vestem a roupagem fluídica de pretos-velhos ou exús se ligam mais no chackra básico e chackra gástrico. Os que vestem a roupagem de caboclos se limam mais no chakras cardíaco e laríngeo e assim por diante. 

No Espiritismo ou Kardecismo os chakras dos médiuns são mais fechados e só abrem aos poucos, durante a sua vida, conforme seu desenvolvimento espiritual e mediúnico. Médiuns espíritas não necessitam de grande rotação de seus chackras, pois que trabalham mais com a questão da reforma íntima e preparação moral e espiritual da humanidade, além da libertação de espíritos sofredores e obsessores de níveis mais sutis. A Umbanda tem um compromisso sério com a varredura dos planos abissais da Terra, onde se encontram legiões mais graduadas na arte da magia negra, com repercussão muito intensa na vida de muitas pessoas e na própria sociedade humana, em todos os setores. Leiam obras de Robson Pinheiro: "Legião" e "Senhores da Escuridão", por exemplo. Por isso é que são preparadas na egrégora da Umbanda, nos planos espirituais, entidades especialistas em magia branca ou anti-goécia, que irão manipular os quatro elementos (água, terra, fogo e ar), acessando assim o éter físico, que é a substância com a qual conseguem destruir as bases do mal instaladas nos reinos das sombras. Por isso é que a Umbanda tem os seus Orixás, que são as energias vibratórias de cada reino da natureza. É por isso que a Umbanda tem todo aquele arsenal de elementos da natureza. O Espiritismo trabalha com ondas mentais e mais sutis, isto é, menos mórbidas. Portanto não precisam usar matéria densa, que provém dos elementos materiais - este o motivo das oferendas e despachos.

Cada coisa no seu lugar, pois o Pai é sábio! Cada médium com suas funções, pois os compromissos são diferentes  para cada qual! Mas muitas pessoas podem ter tanto atribuições na Umbanda, quanto no Espiritismo, pois o Espiritismo é uma doutrina de esclarecimento sobre vida espiritual, uma filosofia de vida com base nas múltiplas existência, a reencarnação, na lei de ação e reação e na questão da comunicação com o mundo espiritual. No entanto, muitas pessoas que trabalham no Espiritismo jamais trabalharão na Umbanda, pois seus chackras não vieram preparados para receber grandes cargas espirituais que terão que ser dissipadas com a ajuda dos guias responsáveis por isso, em cada um dos seus chackras correspondentes. Por isso é que os médiuns de Umbanda precisam girar e ter tantos movimentos e brados característicos. Esta "performance" espiritual mediúnica foi estudada detidamente pelos elaboradores da Umbanda no plano espiritual, pois a Umbanda nasceu no Brasil e sua doutrina difere muito de antigas modalidades de sincretismo baseados principalmente no Candomblé, que difere bastante da Umbanda que emergiu no Brasil, através de Zélo de Moraes, incorporando o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pela primeira vez. Toda a ritualística da Umbanda diz respeito à elevada sabedoria dos guias que, na sua maior parte, são exímios manipuladores de magia branca, por terem sido altos sacerdotes dos templos imemoriais da Atlântida e do Egito Antigo (leiam "Baratzil, terra das estrelas", de Roger Feraudy).

A Umbanda é uma ciência divina, que aciona os sons, os movimentos, as cores, a luz, o magnetismo, a eletricidade, a magia com os elementos e os elementais da natureza, a química e a física transcendentes não estudadas pela ciência oficial, mas que um dia serão de conhecimento de todos os seres humanos nos seus fundamentos totalmente comprováveis por mecanismos espirituais que ainda serão trazidos à Terra. O Espiritismo é a bússola para atingirmos nossa ascensão espiritual. Tudo é maravilhoso: a diversidade na unidade. O futuro da humanidade será o de compreender todos os pedaços ou retalhos desta grande colcha de retalhos que é a "Verdade". A perfeição da obra divina de dar espaço para tudo e todos! Unindo todos estes retalhos e tendo o entendimento de cada coisa sobre a Terra, respeitando todas as religiões e filosofias, todos o tipos de trabalho espiritual, todos os dons diferenciados entre os médiuns de um e de outro segmento da verdade, estaremos compreendendo a extensão do Amor Divino que, para todos os seus filhos, encarnados e desencarnados, dá encaminhamento e solução de tudo quanto necessitam para sua evolução! Muita paz e luz para todos os irmãos desta abençoada rede de conhecimento!

Rosane - extraída do fórum da Rede Brasileira de Umbanda






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Elementos e Ritos na Umbanda


Rituais e Elementos na Umbanda


Elementos e ritos utilizados na prática dos Templos de Umbanda:

Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de anular e neutralizar as energias negativas através de aromas, ou seja, das essências de ervas. No ritual das Giras umbandistas a defumação é feita com a mistura de alecrim, benjoim, incenso, alfazema e mirra. Em outros tipos de defumações são usadas ervas de acordo com a necessidade da utilização.A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.

A defumação tem sempre caráter de limpeza ambiental e psico-espiritual.

O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.

O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, é uma forma de defumação, não se trata de uso como vício, por isso eles sopram a fumaça.

Atuação do Defumador:

1ª. - A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentido e usado pelos espíritos, neutralizando e desfazendo as energias pesadas;

2ª - Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas espirituais.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora. O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético. Associado nos ritos de magia religiosa age como afastador de espíritos inferiores e destruidor (queima) as energias pesadas, estourando as bolsas miásmicas do ambiente, sempre fruto dos pensamentos dos seres que nele estão ou habitam.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.

Iluminadas, são pontos de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento a Deus, aos Orixás e Guias. Na vela encontramos a vibração dos 4 elementos naturais: água, terra, fogo e ar. É a atuação da magia dos elementos. Ao acendê-la de forma religiosa através da prece, produz-se a indução ao movimento magístico com as Forças Sutis Eólicas, Igneas, Hídricas e Telúricas. Ao iluminá-las, também, homenageia-se, como símbolo de fé, a Deus, Jesus, a Mãe Santíssima, aos Orixás e Guias, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é imensa. Serve para os banhos, amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos pela captação, para o batismo, para fluidificação. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nos rituais.

A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.

Ponto Riscado – São sinais gráficos que refletem uma energia, atraem espíritos, fornecem ordens e comandos de atuação espiritual, identificam os Guias em trabalho. Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Bater Cabeça - O médium da Casa, num ato de humildade e em respeito às firmezas do Congá, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção. Tem, também, o significado ritual de entrega ao serviço de Deus no trabalho mediúnico espiritual do Templo a que pertence.

Congá - Altar Ritualístico, onde ficam os símbolos, elementos de irradiação, imagens, etc... É o ponto de atração e irradiação no Abaçá.

Sineta Litúrgica - Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardada no Congá. Tem o significado litúrgico de chamar a atenção para o sagrado e evocar os bons espíritos trabalhadores.

Otá - Pedra (de rio, cachoeira ou praia), axé do Orixá (onde se fixa a força mágica da Vibração). O otá tem vida energética quando ativado; somente assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda, arredondada (ovalada) ou comprida. É um condensador e funciona como um transformador energético.

Indumentárias Litúrgicas (Roupas e Apetrechos) - Os guias não precisam deles. Entretanto, para melhor expressarem a mensagem simbólica que visam transmitir, assumindo as formas perispirituais que assumem. Assim como o Sacerdote, o Rabino, o Marçom usam indumentárias simbólicas/litúrgicas em seus cultos e reuniões, na Umbanda os Guias usam certas indumentárias, de acordo com sua Linha e Falange, como símbolo vibratório e místico.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu fundamento em várias culturas religiosas. A fumaça tem o valor defumatório.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda, é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada ao ar no ambiente em que se utiliza.

Iniciações - É um dever, um compromisso com a função sacerdotal do médium. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na Iniciação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais da egrégora.

Oferendas - É um ato livre através do qual se oferece aos Orixás e Guias elementos materiais, principalmente relativas à alimentação, elementos extraídos da natureza, com o fim de homenagear aos Orixás e Guias e realizar a magia pelo trabalho, por parte dos espíritos, da contraparte etérica das oferendas.

Curimbas ou Pontos Cantados - São cânticos homenageando e invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, etc...

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium).

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, de pedras, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles.

Vestimenta - Roupa Branca - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas.

Toalha Branca - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m. É utilizado para o médium bater cabeça. É símbolo do trabalho espiritual.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, ao incorporar, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos).

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma. Pode ser um banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, como os outros banhos, somente devem ser tomados por indicação do pai do Templo a que pertence.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa). Por isso se deve ter conhecimento das ervas a serem utilizadas, pois o banho de defesa ou desimpregnação não deve ser colocado na cabeça, mas tomado dos ombros para baixo.

Passe - Os passes fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição, o Espiritismo conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.

"O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).

Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Pontos de Segurança – São locais onde estão plantados condensadores energéticos magísticos necessários ao ritual umbandista. Podemos citar como pontos de segurança de um Templo a Tronqueira, o Cruzeiro das Almas, o Centro do Abacá, etc...

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça. Pode ser amaci iniciático ou amaci geral.


Fonte: Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro da Luz -Ano 2012 – 29



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O Sagrado na Dança

O Sagrado na Dança

O sagrado na dança e o seu valor nos cultos afro-brasileiros 

Vamos iniciar aqui uma reflexão sobre movimento, dança e expressão corporal nas giras dos cultos afro-brasileiros, sua importância, suas matrizes e seus significados.

As danças se manifestam em cultos religiosos das mais variadas vertentes, sendo possível nos remeter as mesmas através dos registros históricos das religiões e cultos pagãos. Porém, nas religiões cristãs e nas suas diferentes manifestações contemporâneas também encontramos a dança como maneira de expressar, louvar e reverenciar a Deus.

Na maioria dos templos umbandistas e candomblecistas a dança está presente em boa parte do trabalho espiritual. Algumas pessoas podem ainda não ter percebido qual a real importância desta movimentação dentro do trabalho, dando margem a diversas interpretações e questionamentos.

Algumas justificativas comuns a cerca do assunto partem do principio da manutenção da cultura, afinal tanto o candomblé quanto a umbanda remetem diretamente a história dos povos afro-brasileiros que traz a dança como uma forte representação cultural, assim como a música.

Outra explicação comumente encontrada é que o ritmo musical faz com que as pessoas deixem seus corpos a vontade e com isso a dança surge, de maneira natural e sem maiores significados.

Vamos abordar agora um olhar, pouco menos apontado, mas que acreditamos ajudar no desenvolvimento de nossa caminhada dentro dos estudos sobre cultos afro-brasileiros.

A dança, assim como a música, a fala, o olhar e a gestualidade cênica, são linguagens. Nossa sociedade tende a valorizar e utilizar com mais intensidade as linguagens oral e escrita, contudo as demais linguagens não deixam de existir e de terem suas características próprias dotadas de grande poder de comunicação.

Sendo a dança e a música duas linguagens do ser humano, pode-se começar a pensar a respeito da presença das mesmas, como maneiras de comunicação entre os membros de uma corrente espiritual, encarnados, desencarnados e também como manipulação de energias.

A movimentação corporal, assim como os diferentes ritmos musicais, influencia a energia e interfere nas frequências rítmicas e cardíacas dos corpos, seja de quem dança e toca, como também de quem está envolvido no ambiente.

Mais especificamente a dança, com suas movimentações e expressões corporais, pode atingir níveis mentais e emocionais com uma facilidade diferenciada das demais linguagens. Ao trabalhar com os chacras e receptores sensoriais (em regiões corporais nas quais os receptores aparecem com mais intensidade ou menos intensidade), a transmutação energética ocorre, caracterizando assim, já um trabalho espiritual, sem a necessidade do uso da fala, outras linguagens e até mesmo outros paramentos.

Pode-se assim seguir o raciocínio e concluir que com uma dança no trabalho espiritual, momentos de descarrego, passe energético, e até mesmo consulta já estariam sendo realizados? Sim! O que nos faz crer que necessitamos desses momentos em particular, com o guia nos orientando verbalmente, cruzando nossos pés com pemba, utilizando de ervas em nosso benzimento e aspergindo água consagrada em nosso corpo é o nosso olhar acostumado para o trabalho espiritual convencional, que não está errado, pelo contrário, mas a necessidade, na verdade não existiria!

Até mesmo esta sequência relatada acima, se configura como uma movimentação corporal riquíssima, compondo uma dança se observarmos atentamente como os guias se porta, utilizando os corpos mediúnicos, para trabalharem: movimentação, expressão corporal e dança! Exercite seu olhar para isso quando tiver a oportunidade de assistir a uma gira. Veja quão maravilhoso é o dançar implícito nos movimentos “padrão” das giras.

Sobre as danças sagradas, próprias de cada linha ou de cada manifestação da energia dos orixás, sabemos que é possível ler estes movimentos, que nos trazem histórias e memórias. Da mesma maneira que um sábio preto velho nos orienta sobre nossas angustias com suas histórias de encarnações passadas, outros guias e manifestações das energias dos orixás nos aconselham nos remetendo as suas histórias contadas através do corpo que dança. O corpo que dança a coragem de encarar uma batalha, o corpo que dança a colheita, o corpo que dança a purificação nas águas límpidas, o corpo que capta do lodo a transmutação das energias em momentos de passagem... São diversas e inúmeras as possibilidades.

Algumas danças características das energias dos orixás já são de conhecimento da maioria dos frequentadores dos cultos. Pode-se facilmente reconhecer quando se dança para Oxum, quando se dança para Ogum e também quando há a manifestação da energia na linguagem corporal. Muitos são os pontos de identificação, porém um deles e talvez o de maior importância seja a postura das mãos. Através da postura e nível de energia das mãos e apenas nisso, é possível identificar o orixá que está sendo louvado ou canalizado. E porque será que é através das mãos que isso ocorre, se temos todo o corpo em movimento?

Mais uma vez podemos nos utilizar os saberes da ciência para entendermos isso. No nosso corpo existem pontos de maior concentração de receptores sensoriais, como já dito. Estes pontos conectam-se com nosso cérebro captando sinais físicos e do ambiente para serem processados e armazenados no córtex. Nossas mãos são pontos de grande concentração de receptores sensoriais. Temos outras regiões também muito sensíveis como a boca, olhos, ouvidos e pés, porém as mãos representam uns dos pontos mais sensíveis do nosso corpo. Sendo assim, fica fácil entender o quanto é possível ocorrer à expressão e a comunicação, bem como a representação de uma energia através da postura das mãos (mais firme, direcionada, leve, suave, etc.).

Nossa comunicação com o astral, com mundo espiritual está diretamente relacionada com a nossa energia e nossas emoções, o que se relaciona intimamente com nosso corpo (aceitamos aqui a concepção de que corpo e mente estão integrados e são indissociáveis). Assim sendo, podemos começar a observar com mais atenção e dar mais valor para as danças sagradas nos cultos afro-brasileiros, fazendo destes momentos de grande beleza, possibilidades de meditação, reflexão, transmutação, agradecimento e entrega ao sagrado que se manifesta.

Giuliana Marcellino





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O Inferno e os Exus


O Inferno e os Exus

Para nós umbandistas não existe o inferno onde existem penas eternas e governado por uma entidade totalmente maldosa pois não há lógica nisso.

Pois se Deus é onipresente como ele estaria lá no inferno assistindo a atos demoníacos aquelas almas em danação sem ter a mínima esperança de salvação?

Então descartamos a ideia desse inferno.

Admitimos que existam zonas espirituais trevosas, onde se encontram espíritos que ainda não atingiram a elevação moral esperada, mas que pode ser conquistada um dia, através de reencarnação e do trabalho árduo na espiritualidade. Nessa região ou plano que chamamos de baixo astral ainda reina uma espécie de barbárie espiritual, já que os valores de seus habitantes não são nada elevados, necessitando de alguém que freie suas ações, não permitindo que encarnados sejam sempre alvos de seus ataques e obsessão.

E essas entidades são os Exus, os guardiões, que atuam como agentes da lei e da ordem dentro desse principio.

Só que teremos que entender a diferença entre o Exu Orixá do candomblé e o Exu catiço (entidade, espírito, guia...) da Umbanda.

Como sabemos, por diversos fatores históricos, houve em nosso país um processo de sincretismo religioso do qual os orixás africanos foram associados aos santos católicos.

Assim Nanã por ser a orixá mais velha, foi associada a Santa Ana, avó de Jesus, Iansã à santa Bárbara pois esta é associada a raios e a trovões e assim sucessivamente.

No entanto com o orixá Exu houve ainda dentro do sincretismo um processo de demonização, pois exu é a divindade ligada à sexualidade e a virilidade; inclusive carregando em suas representações um cetro em forma de pênis e tendo sua personalidade um tanto rebelde e irreverente (como nos contam as lendas africanas), não tardou para ser associado ao demônio bíblico. Assim, desde o princípio, Exu foi temido, e provavelmente gostou disso.

Apesar da confusão em torno da natureza de Exu, não podemos esquecer nem menosprezar sua importância dentro do panteão africano, já que atua como mensageiro dos Orixás.

Na Umbanda encontramos também Exu, mas não o Exu Orixá e sim o Exu catiço (entidade,) espírito desencarnado que viveu na Terra e através de trabalho que realiza procura alcançar seu progresso espiritual.

Em Alguns templos de Umbanda também é associado a figuras demoníacas. O Exu na Umbanda é um trabalhador valoroso que indiferente a essas interpretações calcadas na ignorância e visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.

O papel do Exu numa gira de Umbanda é de uma importância fundamental, pois ele é que realiza a segurança do templo, para guardar o mesmo de ataques de espíritos zombeteiros e de quimbas.

Em casos de descarrego são os Exus os principais agentes, pois cabe a eles a tarefa de encaminhar cada espírito obsessor ao seu lugar de merecimento.

Exu também é o agente da justiça kármica, sendo sua tarefa levar a cada um o que lhe é de direito ou merecimento - por isso mais confusão em torno do seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, porém muito difícil entender que os revezes da vida muitas vezes são resultados de nossas próprias ações.

Ao contrário que muitos dizem sobre exu, eles são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos, mas são também bastante rigorosos em relação à conduta dos mesmos.

De uma forma muito simples, podemos fazer uma analogia de Exu com o carteiro e o gari, pois ele traz o que tem que entregar e varre aquilo que deve ser levado.

Por fim Exu não é bom nem mau ele é justo.

laroiê Exu

Déborah Aguiar

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07/02/2013

Oração à Iansã

Oração à Iansã - Por Ednay Melo

Iansã, Senhora da Natureza Divina, 
Quando surgirem os raios que rasgam os céus da imprudência dos homens,
Sejais no meu coração a bem aventurança da consciência tranquila.
Quando os ventos cantarem a canção da incerteza, 
Sejais na minha fé, a esperança. 
Quando o lodo da nova era se espalhar deslizando por entre as sombras interiores,
Sejais em mim a centelha da luz a se propagar no caminho de todos.
Quando ecoar o trovão da maledicência, que anuncia a alma fria e úmida, 
Sejais no meu espírito, o silêncio que liberta.
Quando a chuva da inveja desaguar na insensatez dos fracos,
Sejais em mim os olhos que não veem e os ouvidos que não ouvem.
Quando a lama do orgulho sujar as mãos enfermas,
Sejais em mim a sublime construção dos humildes.
Quando a guerra da cobiça destruir a paz dos tolos,
Sejais em mim a paciência para esperar o amadurecimento do fruto.
Quando, enfim, a imaturidade de uma alma perdida da referência divina, estiver em meu caminho,
Sejais em mim a tua força, oh mãezinha, para amar apesar de tudo e progredir sempre.

Ednay Melo




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06/02/2013

As "Umbandas" e Origem da Palavra


Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixás Africanos;

Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;

Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;

Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;

Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";

Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;

Umbanda de Caboclo - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";

Umbanda de pretos-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;

“Ser” Umbandista

Falam em tantas Umbandas. Branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolocô, umbandolé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática e outras mais.

O que é Umbanda então?

Se são tantas, porque cada qual teima em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?

Origens, respondem todos em unísono!

Esta seria a solução para os problemas!

E qual a origem da Umbanda verdadeira?

Lá vamos nós novamente viajar por inúmeras teses.

Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros, Planetas diversos, Seres extraterrenos, Anjos celestiais, etc…

Mas será que isso tudo é importante?

Porque temos que precisar ou determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta?

Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras.

Ou, ainda por outro lado quem sabe, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações!

E porque seria assim?

Afinal de contas todas as demais religiões não são únicas?

Serão mesmo?

Vejamos: a igreja católica divide-se em um sem número de ramificações, das tradicionais às mais atuais.

Tem a Apostólica Romana, Apostólica Brasileira, Carismáticos, Ortodoxos e outras. E todos se denominam como? Católicos! Nada mais!

Se as conversas convergem para fundamentos religiosos, ai sim quando sabem, denominam-se especificadamente.

E os Evangélicos? Se autodenominam de Cristãos!
Antes eram Crentes, agora não gostam mais dessa denominação, afinal de contas, os praticantes das demais religiões também o seriam, já que todos os que crêem em Deus, Crentes como eles seriam.

Mesmo que seja aplicada de igual forma em relação a Cristãos o entendimento sobre outras religiões, parece esta denominação genérica a que mais os diferenciam das demais.

Mas e entre eles próprios, existem diferenças entre as denominações?
Sim e não são poucas.

Batista, Adventista, Assembléia de Deus, Testemunha de Jeová e outras mais novas.

E nós, os Umbandistas, e porque não dizer Espíritas, não podemos ter também várias denominações ou entendimentos?

Opa! Espere um pouco! Umbandistas ou Espíritas?

Lá vamos ter outra briga séria com alguns de nossos irmãos Kardecistas.
Afinal de contas, de acordo com alguns deles, somente são espíritas os que seguem a doutrina espírita desenvolvida por Allan Kardec.

Mas qual a definição de Espírita?

De acordo com o próprio Allan Kardec, que no livros dos médiuns, assim define Espírita. “Espírita, é aquele que crê no espírito e nas suas manifestações”.

Assim, todo aquele que acredita nesta máxima, do ponto de vista do próprio Kardec, então será espírita.
Devemos apenas preocuparmo-nos em sermos bons espíritas.
Coisa que, infelizmente muitos irmãos, sejam Umbandistas, Kardecistas ou outros, ainda não se preocupam como deveriam.
Mas voltemos aos nossos próprios problemas.
Já temos bastantes deles entre nós para que nos preocupemos com outros externos!

O que é mais importante numa religião?

De onde ela vem ou para onde ela vai?

Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro.
Será mais importante a caridade do irmão de poucas posses do que a oração do mais abonado?
Se formos olhar bem a fundo cada uma das diversificações de nomes ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás, além de Baianos, Mineiros, Boiadeiros, Zé Pelintras, Ciganos, etc…

Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos.

Discutem se o Caboclo pode ou não pode usar cocar, se o Preto-Velho pode ou não pode usar chapéu, se Exu é guardião ou apenas mensageiro e deixa-se muitas vezes de perceber e até mesmo de cobrarem-se a si próprios se a caridade que estão praticando ou intermediando é real.

Será que chegar ao centro já olhando que horas são pois tem um compromisso inadiável mais tarde, permitirá ao Caboclo praticar uma boa caridade utilizando aquela matéria tão apressada?
Será que a humildade do Preto-velho terá capacidade de influenciar uma pessoa acometida de mal momento ou dor física, a ter calma ou perdoar a quem a tenha ofendido, vibrando numa cabeça que o encara não como um escravo simples, que pela dor alcançou a luz, mas sim como um majestoso soberano, que não poderia imaginar como tamanha fraqueza de pensamentos pode assolar estas ínfimas criaturas.
E ainda sobre o Caboclo, o qual na concepção daquele médium não é índio, mas médico ou um antigo rei de uma civilização ainda desconhecida, poderá atuar sobre quem o considera apenas um índio forte e garboso?
E Exu? Ele que em algumas casas mais sofisticadas é Guardião, entidade de alta luz que tem trânsito livre entre todos os ambientes vibracionais, liberando ou aprisionando almas ainda em decomposição moral.
Nas casas mais populares é apenas um enviado de entidades, ou mesmo um serviçal incumbido de levar e trazer as cascas grosseiras dos restos dos trabalhos espirituais, descarregando-os nos lodaçais espirituais no baixo astral, de onde ele pode até sair, mas não poderá ir tão alto, para que as luzes espirituais dos ambientes muito elevados não o ceguem.

E se saísse, o que faria?

Sua fraqueza espiritual não o permitiria enxergar mesmo os seres iluminados de outras diretrizes.
Será mesmo que as entidades se preocupam com estas diferenciações?
Não!
As entidades espirituais são seres de luz, são apesar de ainda imperfeitos na evolução espiritual, conhecedores da visão mais iluminada da caridade. Eles não se preocupam com as roupas que a eles queremos impor.
Para eles o que importa é o amor, a união, a elevação.

Irmãos! Que divisão nada! A Umbanda é única! Ela é perfeita!

Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações.
Tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida.
E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: caridade, humildade e amor.

Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.
Ao invés de subdesenvolvido, que tal tradicional?
Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos?
Ao invés de discussão, que tal aceitação?
Não seremos menores se Africanistas, ou maiores se Iniciáticos!
Mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana!
Seremos sim maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar!
Muitos se mostram prontos para uma verdadeira luta na intenção de resgatar a verdadeira Umbanda, outros pretendem livrá-la de influências negativas de outras religiões.
Vamos fazer mais que isso!
Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade.
Vamos mostrar esse amor a todos os nossos irmãos.
E aí quem sabe, teremos uma Umbanda única e seremos verdadeiros Umbandistas.

Autor Desconhecido





Existem algumas versões que são um tanto controversas sobre a origem da Palavra Umbanda. Conheça algumas delas:



Origem 1


Na Africa em terras bantas, muito antes de chegada do branco, já existia o culto aos ancestrais (chamados depois no Brasil "guias").
Também era conhecida a palavra "mbanda" (umbanda) significando "a arte de curar" ou "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que mbanda quer dizer "O Além - onde moram os espíritos".
Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como "kimbandas" (ki-mbanda = comunicador com o Além).

Origem 2

A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy.
Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos.
Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.
O termo Umbanda, considerado a "Palavra Perdida" de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais.
Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus.
Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente:

AUM - BAN - DAN

Sua tradução pode ser ncomprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra "O ARQUEÔMETRO".

AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA"

BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA"

DAN significa "REGRA OU LEI"

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS"

Origem 3

A palavra Umbanda significa:

“ Um ” = “ Deus ” e “ banda ” = “povo ”

que vem da velha África há 7 mil anos, quando esse povo era livre em suas tribos e eram felizes juntos com os animais e a natureza, onde cultuavam os seus Deuses e os seus Orixás .
Esse povo não tinha e não conhecia a maldade, mas com a chegada dos homens brancos que pela suas saudades e ganâncias de dominadores e religiosos, acabaram por conhecê-la.
Através dos séculos procuraram mentir e enganar os seus adeptos brancos de que os negros eram inferiores (por causa de sua cor); os fizeram de escravos em porões imundos de navios negreiros em que a maioria deles, não chegavam vivos.
Ao chegarem ao Brasil, receberam os piores castigos dos donos dos Engenhos e capatazes.
Nas Senzalas, recebiam os piores castigos por não falarem o idioma português e, não cultivavam a religião dos mesmos “ claro, a religião Católica ”; os alimentos eram os mesmos dos animais, isto é, quando haviam sobras, mas só que os negros tinham a Fé em “ OXALÁ ”, que como para os brancos era “Deus", que é Universal.

Fonte: Federação Internacional Afro-brasileira



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Evolução Natural - O Progresso da Umbanda

Evolução Natural
Com todo respeito a quem pensa assim, mas a frase "se deu certo até agora, continua fazendo assim" talvez se aplique ao futebol ou a política, mas não à Umbanda.

A Umbanda é uma religião em movimento, que está evoluindo juntamente com os homens, e determinados rituais deixam de ter seu valor quando outros nos são mostrados pelos guias ou mesmo por aqueles que estudam a Umbanda e concluem que os rituais mais antigos não se fazem mais necessários.

Mas antes, vou falar sobre tradição.

As pessoas adoram uma tradição! Lógico! Não precisa pensar muito nem ter o que mudar naquilo que é feito, pois tudo segue um padrão feito há anos ou décadas atrás por alguém que pensou, lutou por um ideal e montou um determinado ritual, originando a tradição.

Em nome da tradição, muitos não discutem ou questionam se o que está sendo feito, precisa ou não ser alterado, ser adaptado, ou mesmo ser excluído. Aliás, questionar uma tradição se tornou um pecado digno de ir diretamente ao fogo da inquisição.

O sacerdote que lá atrás desbravou tudo e criou aquilo que hoje é tradicional num terreiro, fez com base naquilo que valia para sua época, baseado em seu conhecimento e acesso que possuía a informação e sobretudo pelo que os guias informavam. Ele não estava errado.

Se hoje, com internet e acesso livre a tudo, encontramos dificuldades em obter informações sobre rituais e fundamentos da Umbanda, imagine isso décadas atrás. O sacerdote tinha de buscar informações com aquilo que existia e estava disponível, com aqueles que já faziam algo semelhante em outros movimentos africanos e indígenas.

Se em um Candomblé imolavam-se animais em ritual e, aparentemente, funcionava o tal axé animal, também poderia dar certo na Umbanda. Muitas vezes, mesmo sem saber pra que servia o axé animal, entrava pra "lista" de rituais do terreiro o sacrifício.

Os que vieram depois já encontraram o terreiro com seus rituais e, por comodidade ou por idolatria àquele que iniciou, não questionaram a validade e veracidade de cada fundamento. Ai foi criado a tradição inquebrável e inquestionável.

Mas, pior do que a ociosidade de se sentar no trono de um lugar que não se pode mudar nada, é aquele que se acha no direito de apontar o dedo na cara de um sacerdote de outro terreiro - que questiona, estuda, buscando novos conhecimentos e caminhando lado a lado com a Umbanda evolucionista – acusando a tudo e todos de detratores, hereges e outros adjetivos chulos que buscaram em outras religiões.

Então a tradição está diretamente ligada à frase inicial "se deu certo até agora, continua fazendo assim", e agora dá pra perceber que não se aplica essa frase para a Umbanda, ou pelo menos não se aplica na Umbanda que evolui juntamente com os homens.

Não estou dizendo ou afirmando que os terreiros tradicionais estão errados! Pelo contrário, graças aos terreiros tradicionais que surgiram outros grandes terreiros com seus excelentes sacerdotes, que se basearam nos rituais dos primeiros para construir os seus. Foi graças aos primeiros sacerdotes de terreiros tradicionais que a Umbanda plantou suas primeiras sementes e ajudou a germinar uma geração de sacerdotes pesquisadores e escritores. Temos excelentes sacerdotes dentro de alguns terreiros tradicionais, trabalhando, estudando e lutando pela evolução da Umbanda. O grande problema está naqueles que não querem mudar ou aceitar as mudanças em nome de uma tradição. Estão errados aqueles que se julgam detentores do conhecimento enclausurado no próprio altar. Errados aqueles que querem morrer com o conhecimento sem querer compartilhar com ninguém.

Se não fosse assim, ainda teríamos brigas e discussões acaloradas sobre sacrifício humano, que alguém, algum dia, já fez. E se não faz nenhum sentido matar uma pessoa em nome da religião - como ainda matam em alguns países - não faz o menor sentido falarmos de axé de sangue animal.

Que axé o terreiro terá com a dor e o sofrimento de um ser vivo?

Se há dúvidas sobre isso vamos pensar da seguinte forma: o plano espiritual trabalha juntamente com o plano material para construir e manter as energias que circulam no terreiro durante uma gira e assim, contemplar o maior número de pessoas, encarnadas e desencarnadas, possível.

Há aqueles membros da corrente mediúnica que evitaram brigas, discussões, fumo, bebidas e outras coisas que possam prejudicar o dia da gira, justamente para evitar variações e dificuldades no nível de energia na gira.

Com tudo certo, os guias trabalhando e os médiuns fazendo sua parte, o trabalho corre bem. Nisso entra uma pessoa com um animal amarrado, visivelmente amedrontado com aquela balburdia toda. A energia do animal está totalmente alterada, o nível vibratório da gira começa a se alterar. Algumas pessoas disfarçam, mas se comovem com a cena, baixando ainda mais o nível de energia. Os guias precisam se esforçar mais ainda pra aumentar o nível. Começa o corte. O animal injeta em todo seu corpo uma energia densa de tensão, terror e morte. Agora alguns guias têm de trabalhar para ajudar na "passagem" do animal para o plano espiritual. A energia da gira está completamente alterada.

Com essa macabra descrição, acho que não é necessário discutir a eficácia do axé do sangue animal.

Há outros rituais ou ideologias que ainda insistem em permanecer em alguns terreiros, mas nada se compara ao sacrifício.

Algumas pessoas questionam, por exemplo, se um preto-velho sabe usar um isqueiro, se sabe o que é um carro, se conhece um computador, e outras tantas coisas que foram descobertas ou desenvolvidas após o fim da escravidão.

São várias as incoerências e contradições.

Só os encarnados evoluem? O espírito fica no plano espiritual estagnado até poder reencarnar? O plano espiritual desconhece o que acontece com o plano material?

Como o preto-velho não sabe usar um isqueiro mas sabe que o consulente vai conseguir um emprego? Desconhece a criação e existência dos carros, mas entende que o consulente pode se deslocar rapidamente de uma cidade a outra em caso de emergência? E por ai vai.

É difícil quebrar algumas ideologias que estão enraizadas no fundo da alma, mas o caminho para cortar as amarras é o questionamento. Não aceitar as coisas que te dizem e te ensinam abaixando a cabeça e agradecendo sem saber pelo quê, mas ouvir com atenção, procurar entender e encaixar isso no ritual e, questionar se faz ou não sentido.

Não há heresia nisso! Não existe pecado! Deus não vai aniquilar sua vida se não concordar com o que está sendo questionado. No máximo, alguém não gostará de seu questionamento, mas nesse ponto, se essa pessoa não souber responder, alguém saberá, e se alguma porta se fechar por causa disso, outras abrirão.

Quem caminha na estrada da Umbanda questionando tudo o que vê, planta sementes de conhecimento para os que vierem atrás colher os frutos da sabedoria.

Pode até ter dado certo até agora, mas não custa nada questionar pra ver se pode melhorar!

Newton Carlos Marcellino



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